Não me culpo por ter investido (não somente dinheiro) para participar de um momento musical único destes últimos anos: ver ao vivo Amy.
É o tipo da situação de " pagar pra ver". Faço isso, vezenquando.
E vi o melhor que a música mundial tem pra nos oferecer da pior maneira em um artista tem para nos ofertá-la.
Amy estava desconcentrada, cambaleante, desorganizada, inquieta, desorientada, feia, defigurada.
Nada me fez sair de um estado de pena que me tomou durante todo o show. Não só à mim, mas tomei o cuidado de olhar as pessoas em volta e ninguém parecia se divertir, a não ser um punhado de garotos, que sob efeito do álcool, ficariam entusiasmado até num show do Oswaldo Montenegro.
A imprensa só divulgou, até então, notinhas que pareciam coisinhas pitorescas: esqueceu a letra, confundiu o microfone com uma garrafa de água, cuspiu chichete em uma fã... Mas, a verdade é que o show foi um espetáculo de constrangimento. Me deu vontade de sair, de chorar, até. Assisti ao show calado, assim como muita gente, que também não aplaudia sua perfornance.
Sai pensando que deram um estrelato à uma jovem artista que está querendo curtir a sua vida adoidada. O problema, além da saúde física, mental e social da cantora, é o respeito que um profissional tem por seu público. Sei que pode ser um caso de dependência química, mas artista não é diferente de advogado, enfermeiro, gari, teleoperador, neurocirurgião. Ela precisa de ajuda e talvez o palco não seja seu elixir.
Música pode ser explicada com música e a Rô Rô explicou bem a situação na música Balada da Arrasada.
"Arrasada, acabada, maltratada, torturada
Desprezada, liquidada, sem estrada pra fugir
Ela busca toda noite algo pra se divertir
Mas não encontra não".
O que ficou de tudo isso: perdi as esperanças não.
Inté.
X.