Está cada vez mais difícil conviver com alguém “entrançando” aqui em casa e mexendo nas minhas coisas.
O estresse já começa um dia antes não comprando tudo aquilo que ela pediu: Bombril ( que deixa tudo enferrujado e que ela adora deixar grudado na espoja de lavar louça), amaciante (que me dá alergia respiratória e cutânea) e óleo de peroba (eu agüento?).
Elas chegam bem cedinho e já chegam com tudo. E eu com sono , abro a porta com aquele humor que só conhece quem já viu! Aí vêm as perguntas: esse copo é novo? O senhor vai levar essa caixa de som pra onde? E este pote de sorvete no lixo? Da próxima vez o senhor lava e guarda pra eu levar... E por aí vai.
Invento alguma coisa pra fazer e me pirulito de casa o mais rápido possível. Graças que trabalho não falta e eu as deixo brigando sozinhas. É, porque elas não dialogam: elas se digladiam. Os filhos, netos, vizinhos ou não sei quem mais lá, passam o dia ligando e elas discutindo a vida familiar na minha frente. Logo eu que adoro uma briguinha doméstica!
E as cantadas? Tô falando de outro tipo de cantada: “Seu X. , o Seu Y. me deu uma máquina de lavar novinha etc e tal”. O que eu digo? “Sorte sua”. Já basta...
As bonitas não gostam da comida do DC, onde eu como todo dia. Eu agüento? Inventam de fazer comida aqui, coisa que já proibi, e haja ovo com óleo, arroz empapado, atum com manteiga... Olha, eu gosto de cozinhar e minha casa nunca fica fedendo a comida. Te pergunto: como é que uma pessoa ferve uma água e deixa a casa cheirando à óleo?
Já dei o maior cagaço porque elas adoram redecorar o apartamento. Mas já soube que isso é mal delas. Adoram colocar um móvel ”enviesado”. A titular já pediu aumento (ela divide a diária dela com a terceirizada) e me faço de surdo. Disse um dia: “É seu X., eu sou honesta, não mexo nas suas coisas, nunca tirei nada seu”. Eu rebato; “Pra isso, tem polícia”. Daí, pego uma barra de cereal, boto na bolsa, abro a porta pra sair, saio e suspiro. Te pergunto: sou chato?
Sei, sei, sei... Como viver sem elas?
O que ficou de tudo isso: fico pensando quando eu estiver com 70 anos... Sei não.
O que ficou de tudo isso: fico pensando quando eu estiver com 70 anos... Sei não.
Inté.
X.